sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Vovó eletrônica

Este é o nome do aparelho que promete identificar o porquê do choro do nenê. A propaganda diz assim: basta ligá-lo a uma distância entre 50 centímetros e 2 metros do bebê, de acordo com o seu peso. Pronto. A "vovó" fará toda a análise em apenas 20 segundos. Análise feita, acende um rostinho que corresponde ao motivo do choro. É demais né? Até parece que uma mãe precisa de um aliado eletrônico. Não. Decididamente não precisa. Como também não precisa de guias e manuais para aprender a cuidar dos seus bebês. Basicamente, ela precisa confiar na natureza humana e ter, ao seu lado, pessoas que lhe dêem todo a apoio possível para que ela dê conta de tamanha devoção. Tudo que um bebê precisa, nos primeiros meses de vida, é de alguém que entenda e atenda suas necessidades mais básicas. Para Winnicott, psicanalista inglês que estudou com profundidade a vida inicial do bebê, a mãe é a pessoa mais indicada pra isso. Ele diz que, ao longo da gestação, especialmente, nas últimas semanas, ela começa a desenvolver um estado de sensibilidade aumentada que vai lhe permitir adaptar-se e se colocar no lugar do seu bebê para melhor reconhecer suas necessidades. Por algum tempo, ela se distancia de outros interesses e mantém-se orientada para o filho. É claro, que outras pessoas também podem desenvolver essa sensibilidade. Uma mãe adotiva, por exemplo. A diferença é que com a mãe biológica, isso pode se dar mais naturalmente ao longo da gestação. E ela consegue, melhor do que ninguém, "sobreviver" a esta fase. Isso tudo parece mais do que óbvio, mas com todas as mudanças que ocorreram nas últimas décadas na estrutura familiar, muitas mães acabaram ficando menos confiantes. É como se elas não tivessem mais, como tinham no passado, o direito de conhecer o seu bebê mais do que qualquer um, incluindo aqui até mesmo o pai.

2 comentários:

  1. A capacidade de renunciar - em muitas ocasiões - suas próprias necessidades é o que mais admiro nesse papel. É sublime ver como a mãe é capaz de dar afeto e conforto para um bebê.

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  2. E há os que acreditam que esse amor não é inato, que não existe instinto nenhum materno. Que é um mito. Será? Beijo.

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