sábado, 16 de janeiro de 2010

Zilda Arns em defesa da verdadeira cidadania

Lendo a coluna do Frei Beto desta semana na Folha de São Paulo, em que fala da Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, um "detalhe" chamou a minha atenção, mais do que qualquer outra coisa. Ele diz que, no lançamento do programa Fome Zero, em 2003, ela foi contra a exigência de comprovação de gastos em alimentos, como garantia de que os beneficiários não destinassem para outras coisas o dinheiro recebido. Para ela, a exigência traria muito mais problemas do que soluções e gastos com fiscalização seriam melhor aplicados na educação, por exemplo. Esta tomada de posição, apoiada por Frei Beto, com quem trabalhou no programa, é na minha opinião um raro gesto de respeito ao ser humano. É uma valiosa demonstração de confiança que oferece às pessoas a oportunidade de serem honestas por escolha, e não por imposição. A auto estima de muitos brasileiros seria reforçada e muito provavelmente, escolheriam a honestidade em resposta. A nossa sociedade não tem a maturidade necessária para acatar uma decisão assim. Parece que ainda precisamos da vigilância e da punição. Uma posição como esta, tomada por Zilda Arns, mostra a visão libertária que ela tinha por trás de toda a ajuda concreta que a Pastoral oferece. Alguns dias depois de mudarmos para esta casa, ficamos sabendo que as empregadas domésticas eram revistadas quando passavam pela portaria na hora da saída. Aquilo nos incomodou muito e pedimos que a nossa empregada não fosse mais revistada, em nenhum momento. Era uma trabalhadora como qualquer um de nós e merecia o mesmo respeito. Acho que assim, com pequenas atitudes, no nosso pequeno espaço privado, podemos caminhar em direção a uma sociedade mais igualitária e, portanto, menos vigilante.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ainda sobre Dislexia

Há um comentário na postagem do dia 9/11 de uma pessoa que fala sobre um vídeo disponível no site da TV Câmara. Neste vídeo, o vereador Elizeu Gabriel recebe a Professora Maria Aparecida Moyses e a Presidente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo para discutirem a dislexia. Ela diz que, no final do vídeo, as entrevistadas apresentam um livro sobre Dislexia e que, a divulgação e a venda dele seriam o "real interesse da campanha" (palavras dela). Pelo que eu entendi (e isto está dito com todas as palavras na própria entrevista), não se trata de um livro, mas sim de um material com dois DVDs que contém as duas partes do debate que ocorreu na Câmara Municipal de São Paulo, em setembro. Inclusive, estão, integralmente, disponíveis no site do Conselho para download. Qualquer um pode ter acesso a eles, sem nenhum custo. Talvez, eu tenha assistido ao vídeo errado. Se há outro, gostaria de saber. Abaixo, está um link para quem quer assistir às entrevistas realizadas na TV Câmara, divididas em quatro partes. Assim, cada um pode tirar suas próprias conclusões.
http://tvcamarasp.com.br/eliseu_gabriel.htm