O superdotado é alguém que tem uma capacidade bem acima da média em uma área (ou em mais de uma) e, se tem oportunidades, permanece boa parte do tempo envolvido com atividades voltadas à área de interesse. O diagnóstico deve ser feito com cuidado, já que muitas crianças são estimuladas exageradamente e acabam tendo comportamentos que se confundem com a superdotação. As habilidades das crianças superdotadas se mantém ao longo do tempo, o que pode não acontecer com aquelas estimuladas precocemente. Há também diferenças de critério para diagnóstico: QI; aprendizagem espontânea da leitura; alta habilidade em áreas específicas: capacidade intelectual, desempenho escolar, artes, habilidades esportivas e até mesmo capacidade de liderança. Na minha opinião, muitos diagnósticos são feitos precoce e equivocadamente. O olhar do educador precisa ser treinado para considerar em cada criança, suas peculiaridades e necessidades, sem que haja necessariamente um diagnóstico. Toda criança, em algum momento da vida, precisa de um olhar mais atento. Por isso, eu prefiro pensar mais em peculiaridades e, muitas vezes, em circunstâncias, e menos em diagnósticos. No caso da superdotação, acho que cada caso deve ser avaliado individualmente. Uma adequação e uma flexibilização do currículo podem ser suficiente para algumas crianças. Outras, podem precisar de uma intervenção mais especializada, mais pontual. Acho que no Brasil, não se faz inclusão de superdotados, da mesma forma que se faz, ou se pretende fazer, com as deficiências. Talvez porque estas tenham mais apelo emocional. É como se o superdotado fosse um privilegiado, sem a necessidade de uma maior atenção. Mas de qualquer maneira, acho que, na nossa sociedade, uma reflexão sobre a maneira de se fazer diagnóstico é mais urgente do que discutir a inclusão.Vejo casos em que, ao menor sinal de que uma criança apresenta desvios da norma, já se pensa em enquadrá-la em uma patologia qualquer. O que precisamos é aceitar melhor as diferenças, para que a inclusão fique reservada apenas aos casos muito particulares. O nosso olhar é que precisa ser mais inclusivo.
PS. Essa reflexão foi provocada pela Alynie, uma estudante do último ano de Pedagogia, que me pediu pra responder algumas questões para seu trabalho de conclusão de curso, sobre a inclusão de superdotados.
Xan,lembrei-me de um livro que lí há muitos anos...."Dibs em buca de sí mesmo",uma criança superdotada,que por falta de uma boa avaliação,ou de um olhar mais atento,como você diz,era tratada como criança deficiente.Está correta a minha comparação?
ResponderExcluirum beijo.
Eu também li há muitos anos. Não me lembro direito. Outro dia, alguém me falou dele de novo e até pensei em reler. Mas muitas vezes, as crianças são vítimas de avaliações mal feitas. Isso é mais comum do que a gente imagina. Uma pena. Bjs.
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