"Temos desterrado a alegria
A terra de onde ela nasce foi asfaltada
O cimento que a asfixia está composto de tédio, abulia, aborrecimento, desesperança.
Não é a tristeza a responsável por amordaçar a alegria.
Tampouco a angústia. Ao contrario, sentir angústia é a prova de que por debaixo do cimento ainda resta terra fértil.
Terra úmida, húmus humano por onde possa brotar a autoria que irá rachando o cimento.
Pelo pavimento do tédio se deslizam facilmente a frustração, a anorexia, a bulimia, a inibição cognitiva, a "síndrome do pânico” e as drogas (as ilegais e também as receitadas).
E os meninos, brincando à intempérie da asfaltada frustração dos maiores, talvez busquem com `inquietude´, `hiperatividade´ e ` desatenção´ algo de terra debaixo do alcatrão.
O conhecer, escutar, perguntar, abrir os olhos, falar. Podem fazer sofrer, mas não matar aalegria já que a alegria é o reconhecermos com a possibilidade de mudar e mudar-nos.
Esconder, fechar os olhos, tapar os ouvidos, calar, encapsular, medicamentar... translada, desloca a dor e adoece.
O contrário da alegria não e a tristeza, mas o aborrecimento, o omitir-se, o desaparecer.
A Alegria não é algo "light" que nos infantiliza, senão a força que permite a potencia criativa, incisiva e indiscreta da criança que extraviamos na busca pelo êxito adulto."
Fragmentos sobre la alegría y el aprendizaje
Alicia Fernández
“Psicopedagogia em psicodrama"
Editora Vozes, 2000.
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