Vereadores de Navegantes (SC) aprovaram lei que proíbe o uso das pulseirinhas coloridas de silicone nas escolas municipais. Elas estariam sendo usadas pelos adolescentes para brincadeiras ligadas à sexualidade. A regra é a seguinte: o adolescente que consegue romper a pulseirinha de uma garota, tem direito a um prêmio que pode ir de um abraço a uma relação sexual, de acordo com a cor. A lei não prevê punição e nem define a quem cabe a fiscalização. Com apenas dois artigos, além da proibição do uso, ela obriga professores e diretores a se reunirem com os pais para esclarecimentos sobre a medida e orientações com relação a questões ligadas à sexualidade. O projeto, segundo o autor, vereador Marcos Paulo da Silva (PT), pretende "conscientizar sobre a conotação sexual que eles (os adereços) têm, e evitar a proliferação desse jogo. Para isso, precisamos ensinar aos pais, que conversarão com os filhos. Não queremos culpar alguém." Para o prefeito Roberto de Souza (PSDB), "com a brincadeira, crianças e adolescentes tem contato precoce com algumas experiências sexuais. Isso não é saudável. Sendo assim, sancionei a lei. Aprendi que devemos evitar (não é cortar?) o mal pela raiz."
Eu daria apenas 3 argumentos para não concordar com a aprovação da lei.
1. É desnecessária e inútil. As brincadeiras não são a causa do "contato precoce com experiências sexuais", mas manifestações. Sem pulseirinhas coloridas, os adolescentes rapidamente encontrarão outros adereços ou objetos que lhes permitam criar novos jogos.
2. Pulseirinhas tão coloridas e chamativas podem até ser um sinal (um bom sinal) de que querem conversar e não, um "mal" que precise ser cortado "pela raíz".
3. É provável que as regras do jogo não sejam levadas tão a sério pelos adolescentes e que muitos estejam usando os adereços apenas para seguir uma moda passageira. Uma lei como esta pode criar (ao invés de resolver, como pretende) um problema bem maior do que de fato existe.
Outros municípios estão pensando em aprovar leis como esta. Esse sim é um mal que precisa ser cortado pela raíz.
Ao invés de explicar para os meninos e meninas que a sexualidade deve ser praticada com responsabilidade e respeito, a medida certamente será um tiro pela culatra. Afinal, desde os tempos de Adão e Eva que o proibido é mais gostoso!
ResponderExcluirEm tempo: cheguei aqui através do blog DoLadoDeLá e estou gostando muito dos textos! E parabéns pelo TCC! ;)